Arroio do Sal é um município situado ao Litoral Norte do Rio Grande do Sul, a leste banhado pelo Oceano Atlântico, a oeste pela Lagoa Itapeva e entrecortado por inúmeros arroios. “Um lugar circundado por tanta água acaba influenciando o jeito de ser das pessoas, a economia, a cultura e a própria história da cidade”, relata a diretora Ana Beatriz Barbosa Ferreira, moradora selecionada pela quinta edição do Revelando os Brasis com a história As Lavadeiras: O Viver das Águas.
O documentário será lançado no dia 14 de novembro, às 20 horas, na Praça da Emancipação (em frente à Prefeitura Municipal), em Arroio do Sal, Rio Grande do Sul, como parte da programação do Circuito Nacional de Exibição do Revelando os Brasis. O projeto é realizado pelo Instituto Marlin Azul com patrocínio da Petrobras.
A história – Segundo a pedagoga e professora do ensino fundamental, a importância da água para a vida do município orientou sempre o tipo de ocupação deste território desde o período marcado pela presença dos índios, que utilizavam as águas piscosas da Lagoa Itapeva e do mar, passando pelos veranistas, em busca das qualidades terapêuticas do mar e do arroio, até a atuação das lavadeiras.
A lavagem das roupas dos moradores e veranistas tornou-se referência na memória coletiva da comunidade. Com o objetivo de preservar o patrimônio imaterial, conta a professora, surgiu a ideia de resgatar as histórias vividas pelas lavadeiras do Arroio do Sal. “Foi uma época muito boa, mesmo pela simplicidade e pela beleza que era aquele colorido na beira do arroio, todos aqueles dias ensolarados […] aquele colorido das roupas no varal, para mim era beleza aquilo, porque hoje me deixa saudade…”, conforme relato de uma lavadeira ouvida pela diretora.
A obra audiovisual quer chamar a atenção para a importância do Arroio do Sal como bem natural, como recurso hídrico, e sensibilizar a comunidade para valorização do córrego e das lavadeiras. “Espero que dê tudo certo, que este patrimônio seja resgatado, que a comunidade e os familiares destas lavadeiras tenham orgulho do que elas representam para a cidade e que o filme possa ser exibido em mostras e festivais”, enfatiza Beatriz.
A diretora – Ana Beatriz estudou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e se especializou na utilização do rádio, TV e vídeo como recursos pedagógicos em sala de aula. É uma incentivadora da inclusão digital nas escolas do campo, mas admite não ser fácil derrubar a resistência de muitos professores em utilizar as ferramentas, principalmente, por falta de conhecimento sobre como manusear tais recursos. Para motivar professores e alunos, costuma registrar em vídeo as atividades escolares.
Uma outra luta da diretora é a busca pela valorização da cultura local. Com este objetivo, uma das ações tem sido buscar parcerias na área da educação ambiental com o Parque Natural do Tupancy responsável por abrigar uma rica diversidade da flora e fauna remanescente da Mata Atlântica.
O incentivo à leitura também tem se firmado como atividade marcante no cotidiano da professora. Dentre os projetos neste segmento da valorização das artes está o Poesia, Mate e Prosa desenvolvido na Biblioteca Pública. Uma vez por semana, um grupo de professoras aposentadas se reúne no local para ler, escrever e discutir poesias, outra paixão da diretora.
SERVIÇO
Circuito Nacional de Exibição Revelando os Brasis – Ano V
Lançamento do filme As Lavadeiras: o Viver das Águas
Data: 14/11/15
Horário: 20 horas
Local: Praça da Emancipação (em frente à Prefeitura Municipal) – Centro – Arroio do Sal – Rio Grande do Sul (RS)
As Lavadeiras: o Viver das Águas
Roteiro, direção e produção: Ana Beatriz Barbosa Ferreira
Arroio do Sal – RS
Nasceu em 1958. Ensino Superior. Professora.
Documentário: O filme mostra a importância da água para a vida de Arroio do Sal. A lavagem das roupas dos moradores e veranistas tornou-se referência na memória coletiva da comunidade, transformando-se num patrimônio imaterial.
Parabéns a professora Ana Beatriz por ter conquistado essa oportunidade de mostrar nossa história ao Brasil. Nossas lavadeiras são um dos retrato da construção do nosso município, que se fez pelos pescadores, caminhando à beira do arroio para chegar ao mar, pescar e sobreviver.