Com 12.103 habitantes, a pequena Tabapuã não se segurava mais de ansiedade para receber o caminhão-cinema do Revelando os Brasis V. O diretor do documentário feito na cidade do interior paulista abraçou o projeto com carinho por acreditar na importância de se contar histórias, principalmente, aquelas histórias guardadas e, muitas vezes, quase esquecidas.
Em seu documentário “Japurá: o Povo que Virou Açúcar”, o jornalista e diretor de Cultura, Geraldo Bellinelo, apresenta Japurá, um vilarejo que parece ter virado cidade fantasma. Como esclarece a sinopse do filme: “A progressista vila de outrora deu lugar a extensas plantações de cana-de-açúcar, restando apenas a antiga estação ferroviária, a cadeia velha, a capela e dispersas casas com seus poucos moradores, suas histórias e lembranças”.
Quando a equipe da rota chegou à cidade já tinha na agenda uma entrevista de rádio, às 15 horas. Geraldo, junto com a coordenadora do Instituto Marlin Azul, Beatriz Lindenberg, e o diretor de Fotografia do projeto, Juarez Pavelak, foram para o estúdio da União FM Tabapuã, 104,9, para uma longa conversa pelas ondas do rádio.
A exibição estava marcada para 20h30 do domingo (1º/11). Por causa da ameaça de chuva, a equipe decidiu montar a tela grande de cinema dentro do Salão Paroquial da Igreja Matriz. Apesar da ameaça de cair água do céu, os tabapuãnenses não se intimidaram e prestigiaram a sessão, lotando o salão. Um público de 600 pessoas marcou presença!
Além do documentário sobre Japurá e de outros filmes do circuito nacional, o diretor pediu à caravana para exibir curtas-metragens paulistas de outras edições do Revelando os Brasis. Pedido feito é solicitação atendida. Os espectadores puderam assistir ainda aos filmes “O Dono do Carnaval”, de Maria de Lourdes Scabine Lezo, de Taiaçu, e “O Circo Chegou”, de Thiago de Souza Santos, de Santa Gertrudes.
“Foi gratificante ver o filme realizado, concluído e sendo exibido na minha cidade. Muito bom saber que o curta será exibido em outras localidades e que está história está eternizada neste trabalho”, declara o diretor que, após a sessão, recebeu muitos cumprimentos dos moradores. A sessão contou ainda com a participação de moradores de Catiguá, Catanduva, São José do Rio Preto, Uchoa, Olímpia, São Paulo e do ABC Paulista.
Em relação à experiência de ser um revelando, Bellinelo conta: “É super importante contar esta história. Abriu um leque para a questão da preservação do patrimônio histórico, para a questão de mostrar como vivem as pessoas distantes de tudo, numa situação de “boca banguela”, ou seja, quando o lugar tem uma casinha aqui outra ali, em total isolamento. O filme dará uma projeção para a cidade em nível nacional. Por último, participar deste projeto reúne uma somatória de benefícios porque inclui todo esse aprendizado, essa vivência com profissionais de cinema, e com outras pessoas e culturas que só o Revelando consegue agregar”, destaca Geraldo Bellinelo.
Fotos: Gustavo Louzada
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